Assédio moral no trabalho: quando a cobrança vira tortura e o silêncio, cúmplice

Cobrança por resultados é parte do jogo corporativo, mas quando vira humilhação, gritos, ameaças ou piadas ofensivas, o nome muda: é assédio moral. Metade dos brasileiros já viveu ou testemunhou esse drama, que destrói carreiras, saúde mental e até famílias. Neste artigo, você vai entender onde termina a exigência e começa o abuso, como identificar, quais as consequências reais e o que empresas e profissionais podem fazer para virar esse jogo.

Neste artigo, você vai aprofundar seu entendimento sobre:

▪️ Onde está a linha entre cobrança e assédio?

▪️ Como reconhecer o assédio moral no dia a dia

▪️ O impacto devastador na carreira e na saúde mental

▪️ Por que as mulheres sofrem ainda mais

▪️ O que fazer quando o assédio acontece (e como empresas podem agir)

Onde está a linha entre cobrança e assédio?

Imagine um chefe que exige entregas no prazo. Normal, certo? Agora, pense naquele mesmo chefe gritando, ameaçando, humilhando publicamente, fazendo piadas sobre a aparência ou usando apelidos ofensivos. A linha foi ultrapassada.

Cobrança é parte da relação de trabalho; assédio moral é abuso de poder, repetitivo e intencional, que fere a dignidade e a integridade do trabalhador.

A Justiça do Trabalho recebeu mais de 450 mil ações por assédio moral entre 2020 e 2024, só em 2024, os casos cresceram 28%. O que antes era visto como “jeito forte de liderar” hoje é reconhecido como violência psicológica.

A diferença está em três pilares: pessoalidade (o alvo é sempre alguém específico), intencionalidade (há desejo de constranger ou prejudicar) e habitualidade (não é um caso isolado, mas um padrão). Se a resposta for sim para esses três, estamos falando de assédio moral.
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Como reconhecer o assédio moral no dia a dia

O assédio moral não vem com plaquinha. Ele se esconde em brincadeiras “inocentes”, cobranças públicas, exclusão de reuniões importantes, metas impossíveis, ameaças veladas ou explícitas, gritos, xingamentos, comentários sobre vida pessoal, aparência ou desempenho sexual.

Metade dos profissionais brasileiros já sofreu ou presenciou algum tipo de assédio no trabalho. Muitas vezes, a vítima se sente sozinha, com medo de denunciar, achando que “faz parte” ou que “não vai dar em nada”.

A cultura organizacional pode naturalizar essas práticas, especialmente em ambientes competitivos e hierárquicos. Mas tolerar o assédio é como permitir que um câncer se espalhe — silenciosamente, ele corrói a confiança, a produtividade e o bem-estar de todos.

O impacto devastador na carreira e na saúde mental

O assédio moral não fica na porta da empresa. Ele entra em casa, rouba o sono, destrói a autoestima e pode levar a quadros graves de ansiedade, depressão e até sintomas físicos como dores de cabeça e distúrbios alimentares.

Pesquisas mostram que, após sofrer assédio, profissionais mudam suas expectativas de carreira (32%), têm queda de performance (27%), se afastam dos colegas (17%), pedem demissão (15%) ou até são demitidos (6,7%).

Na vida pessoal, o desânimo e o cansaço atingem 42,9%, a ansiedade e a depressão, 34%, e a autoconfiança despenca para 33%.

O assédio moral é uma bomba-relógio: quando explode, não há vencedores. A empresa perde talentos, paga indenizações e mancha sua reputação. O trabalhador perde saúde, oportunidades e, muitas vezes, o prazer de trabalhar.

Por que as mulheres sofrem ainda mais

O assédio moral não é democrático. Mulheres, especialmente as negras e em cargos intermediários, são alvo preferencial. Além do assédio moral, 35% das mulheres brasileiras já enfrentaram assédio sexual no trabalho e apenas 10% denunciaram.

O machismo estrutural se soma à dupla (ou tripla) jornada, à desigualdade salarial e à pressão por “provar competência”. O resultado? Mulheres relatam mais sintomas de ansiedade, depressão, desânimo e cansaço.

O assédio contra mulheres não é apenas individual, é um exercício de poder que reflete uma sociedade ainda desigual. Mudar essa realidade exige olhar atento, políticas específicas e coragem para romper o silêncio.

O que fazer quando o assédio acontece (e como empresas podem agir)

A maioria das vítimas não denuncia. O medo de represálias, da demissão ou do descrédito paralisa. Apenas 17% recorrem ao RH e 12% aos canais de denúncia.

Mas o silêncio não é solução. Empresas que querem mudar precisam ir além do código de conduta. É preciso criar canais de denúncia seguros, sigilosos e bem comunicados, oferecer treinamentos frequentes, investigar com seriedade e apoiar as vítimas.

Lideranças engajadas fazem a diferença. Quando o exemplo vem de cima, a cultura muda. E quando a cultura muda, o assédio perde espaço.

A mudança não é fácil, mas é possível. E necessária. Afinal, nenhuma empresa cresce de verdade em um ambiente tóxico.

Conclusão

Assédio moral não é “jeito de ser”,  é violência. Não é “frescura”, é crime. Não é “parte do jogo”, é o jogo errado.

Se você reconhece esses sinais na sua empresa, não espere a bomba explodir. Conte com a Tupã para construir um ambiente saudável, ético e produtivo.

Chegou a hora de virar esse jogo. Fale com a Tupã e seja parte da mudança!

Fontes

[1] TST, 02/05/2025 — Em cinco anos, Justiça do Trabalho julgou mais de 450 mil casos de assédio moral

[2] IstoÉ, 2025 — Assédio no trabalho atinge 35% das mulheres no Brasil, mostra pesquisa

[3] Foco Publicações — Assédio moral no ambiente de trabalho no Brasil

[4] MPT, 26/07/2025 — Em sete meses, MPT recebe cerca de 10 mil denúncias de assédio moral

[5] HSM Management, 2025 — Assédio moral no trabalho: pesquisa revela que metade dos profissionais brasileiros pratica ou tolera

[6] SEGS, 2025 — Assédio no trabalho atinge 50% dos brasileiros; especialista aponta necessidade de transformação corporativa

[7] Fundacentro, julho/2025 — Pesquisas abordam captura da subjetividade e assédio moral institucional

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