Você já fez as contas de quanto tempo sua equipe tem perdido com faltas e afastamentos?
Mais do que um número no relatório, o absenteísmo é um sintoma grave da saúde organizacional. E se não for tratado com estratégia, vira um buraco negro de produtividade, clima e custos invisíveis.
Neste guia completo, vamos te mostrar:
- O que é absenteísmo e como ele se apresenta
- Quais são as causas mais frequentes (e as menos faladas)
- Como ele afeta os negócios — inclusive no ESG e nos indicadores de SST
- Quais medidas práticas você pode adotar hoje
- O que diz a legislação sobre o tema (e onde você pode estar falhando)
- E por que as empresas líderes já tratam esse tema como prioridade estratégica
O que é absenteísmo?
Absenteísmo é a ausência do colaborador em seu local de trabalho no horário previamente acordado.
Ele pode ocorrer por motivos justificados ou não, sendo dividido em três tipos principais:
- Absenteísmo pontual: faltas esporádicas (ex: consultas, problemas pessoais)
- Absenteísmo recorrente: ausências frequentes, geralmente ligadas a adoecimento ou falta de engajamento
- Absenteísmo prolongado: afastamentos por incapacidade temporária ou licenças legais (ex: auxílio-doença, maternidade)
Segundo o relatório da International Labour Organization (ILO), o Brasil está entre os países com maior índice de dias perdidos por absenteísmo na América Latina, o que representa um impacto estimado de 3,2% no PIB nacional【ILO, 2022】.
O que causa o absenteísmo?
O erro mais comum das empresas é tratar o absenteísmo como “desleixo” ou “falta de comprometimento individual”.
Na prática, a maioria dos casos está relacionada a falhas estruturais na gestão da saúde e segurança do trabalho.
Principais causas:
- Doenças físicas e crônicas mal acompanhadas
- Sofrimento psíquico (ansiedade, depressão, burnout, estresse)
- Ambiente ergonômico inadequado (especialmente em áreas operacionais)
- Baixo engajamento e clima organizacional tóxico
- Excesso de pressão, metas inatingíveis e lideranças despreparadas
- Falta de políticas claras de saúde ocupacional e retorno ao trabalho
Dado relevante:
Um estudo da ISMA-BR (Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse) mostra que 32% dos trabalhadores brasileiros apresentam sintomas de burnout — e a maior parte dessas pessoas está entre os que mais faltam no trabalho【ISMA-BR, 2023】.
Impactos do absenteísmo nos negócios
O absenteísmo afeta muito mais do que a folha de ponto. Ele prejudica diretamente:
- Produtividade: substituições emergenciais e sobrecarga de quem fica
- Segurança: quando postos de trabalho ficam desassistidos
- Cultura: sensação de injustiça e desmotivação entre colegas
- Compliance: aumento do risco jurídico trabalhista
- ESG: quebra do pilar “Social” (S), que exige responsabilidade com saúde, bem-estar e retenção
Indicadores relevantes:
Indicador | Fórmula | Alerta |
Índice de Absenteísmo | (Horas perdidas / Horas contratadas) x 100 | Acima de 3% já demanda atenção |
Custo do Absenteísmo | Valor da hora x horas ausentes | Impacta diretamente o custo do trabalho |
Índice de Retorno Frágil | % de colaboradores que retornam e voltam a se afastar | Sinal de falhas no processo de readaptação |
Frequência de Atestados | Nº de atestados / Nº de colaboradores | Alta frequência pode indicar problemas no ambiente de trabalho |
O que diz a legislação?
O absenteísmo é tratado de forma indireta nas Normas Regulamentadoras (NRs), mas aparece como consequência de riscos não gerenciados corretamente.
A NR-01, base do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), obriga as empresas a:
- Identificarem e avaliarem riscos ocupacionais físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais
- Implementarem ações preventivas contínuas (via PGR)
- Realizarem a análise de causas de adoecimentos e acidentes
- Garantirem um ambiente de trabalho seguro e saudável
Além disso, a NR-07 exige que as empresas tenham um PCMSO ativo, com rastreabilidade dos casos clínicos e acompanhamento de saúde ocupacional contínuo.
Importante:
Empresas que não possuem gestão ativa de SST podem ser responsabilizadas por absenteísmo vinculado ao trabalho, inclusive civil e criminalmente, conforme artigos 121 e 132 do Código Penal Brasileiro.
Como reduzir o absenteísmo com inteligência estratégica?
Abaixo, um plano de ação inspirado em cases reais da Tupã:
- Mapeamento de saúde populacional e riscos
Use dados clínicos, ocupacionais e psicossociais para identificar grupos de risco. Ferramentas como o eSocial (S-2220 e S-2240) ajudam na rastreabilidade.
- Linhas de cuidado personalizadas
Crie ações específicas por perfil de risco: saúde mental, dor musculoesquelética, doenças crônicas. Intervenção precoce evita afastamentos longos.
- Política estruturada de retorno ao trabalho
Adote protocolos técnicos e humanizados com acompanhamento médico, ergonomia, readaptação e plano de reintegração.
- Integração com ESG e metas de RH
Inclua o absenteísmo nos dashboards de RH e nas metas do comitê de ESG. Isso aumenta a visibilidade e o comprometimento da liderança.
- Educação e capacitação contínua
Treine lideranças para identificar sinais precoces de adoecimento. Forme o SESMT com visão estratégica, e conecte o cuidado à cultura da empresa.
💡 Case real: logística com inteligência e cuidado
Uma empresa do setor logístico com mais de 3.000 colaboradores reduziu em 35% os afastamentos por distúrbios osteomusculares após adotar:
- Avaliação ergonômica da operação
- Linha de cuidado com fisioterapia online e presencial
- Ações educativas nos turnos (microintervenções)
- Programa de retorno seguro com equipe multidisciplinar
Conclusão: absenteísmo não se resolve com discurso
Reduzir o absenteísmo exige método, dados e cuidado real.
Empresas que enfrentam o problema com seriedade colhem ganhos em produtividade, clima, reputação e sustentabilidade.
Referências
- ILO (2022) – “Work Absence and Economic Impact in Latin America”
- IBGE (2023) – Saúde do Trabalhador: Estatísticas Nacionais
- ISMA-BR (2023) – Estresse e Burnout no Brasil
- NR-01 – Disposições Gerais e GRO (2022)
- NR-07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
- Harvard Business Review (2021) – “The Hidden Cost of Absenteism”
- ANAMT – Dados de saúde ocupacional e afastamentos no Brasil (2022)
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