Apesar de avanços históricos e maior presença feminina no mercado de trabalho, as mulheres brasileiras seguem recebendo quase 21% a menos que os homens, mesmo sendo mais qualificadas e ocupando funções equivalentes. Este artigo revela o retrato atual da desigualdade salarial no Brasil, aprofunda os motivos estruturais por trás do problema, mostra o impacto ainda maior para mulheres negras e aponta por que a mudança é urgente não só para elas, mas para toda a sociedade.
Neste artigo, você vai aprofundar seu entendimento sobre:
▪️ O retrato da desigualdade salarial no Brasil hoje
▪️ Por que a diferença persiste, mesmo com mais qualificação feminina
▪️ O impacto da desigualdade para mulheres negras
▪️ O papel (e os limites) da legislação e das políticas empresariais
▪️ Por que a igualdade salarial é urgente para o futuro do país
O retrato da desigualdade salarial no Brasil hoje
O Brasil discute igualdade salarial há mais de 80 anos, mas a realidade segue teimosa: as mulheres recebem, em média, 20,9% a menos que os homens, mesmo exercendo as mesmas funções. O dado, revelado pelo 3º Relatório de Transparência Salarial, mostra que, de norte a sul, a diferença persiste em centenas de empresas de médio e grande porte e não apenas nos estados mais pobres. Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro estão entre os que registram as maiores disparidades.
Mesmo com o aumento da presença feminina no mercado (40,6% dos postos em 2024), a massa salarial das mulheres não acompanha o ritmo. É como se, a cada dez reais pagos a um homem, a mulher recebesse apenas oito, uma diferença que se repete mês após mês, ano após ano.
Por que a diferença persiste, mesmo com mais qualificação feminina
O paradoxo brasileiro é cruel: as mulheres são, em média, mais qualificadas que os homens, mas ganham menos. Dados do IBGE mostram que 28,9% das mulheres ocupadas têm ensino superior completo, contra 17,3% dos homens. Ainda assim, a diferença salarial cresce justamente entre os mais escolarizados: entre profissionais com diploma universitário, elas recebem 37,5% a menos que eles.
Em cargos de direção e gerência, a desigualdade se aprofunda: mulheres recebem apenas 73,2% do salário dos homens; em funções administrativas, 79,8%; e no setor operacional, 66%. O teto de vidro, que parecia uma metáfora, se revela um muro de concreto para quem tenta subir.
O impacto da desigualdade para mulheres negras
Se para as mulheres brancas a desigualdade já é gritante, para as mulheres negras ela é abissal. Apesar de representarem boa parte da população e chefiarem muitos lares, mulheres negras recebem, em média, menos da metade do que homens brancos ganham. Sua remuneração média é de R$2.864,39, valor que mal cobre o básico em muitas cidades brasileiras.
Além de salários mais baixos, mulheres negras são empurradas para funções de menor prestígio, como serviços domésticos, limpeza e alimentação. Como prosperar, ou sequer sobreviver, diante de uma realidade que sobrecarrega e endivida desde o início da carreira?
O papel (e os limites) da legislação e das políticas empresariais
A legislação brasileira é considerada sólida: a Lei de Igualdade Salarial (Lei nº 14.611/2023) e programas como o Emprega+Mulheres são avanços importantes. Mas, na prática, apenas um terço das empresas possui políticas de inclusão feminina, e esse número é ainda menor para mulheres negras. O comprometimento empresarial segue tímido, e a fiscalização, limitada.
A desigualdade salarial é como uma doença crônica: exige tratamento contínuo, monitoramento e vontade política para mudar estruturas que resistem ao tempo.
Por que a igualdade salarial é urgente para o futuro do país
Garantir salários iguais não é só uma questão de justiça, é estratégia de desenvolvimento. Se as mulheres recebessem o mesmo que os homens em funções equivalentes, R$95 bilhões a mais circulariam na economia brasileira em um único ano. Mulheres com renda estável reduzem a pobreza, impulsionam o crescimento econômico e ajudam a diminuir a desigualdade social.
Só avançaremos como sociedade, economia e nos negócios quando garantirmos oportunidades e igualdade salarial às mulheres. O futuro do Brasil depende disso.
Conclusão
A desigualdade salarial não é um detalhe: é um sintoma de um país que ainda não reconhece plenamente o valor do trabalho feminino. Se você quer transformar essa realidade na sua empresa, não espere a próxima geração para agir.
Chame a Tupã. Juntos, podemos construir ambientes mais justos, produtivos e inovadores onde talento e dedicação valem o mesmo, independentemente do gênero ou da cor.
Fontes
[1] 3º Relatório de Transparência Salarial — Ministério do Trabalho e Emprego & Ministério das Mulheres
[2] Censo 2022: Trabalho e Rendimento — IBGE
[3] G1, 09/10/2025
[4] Sindpd-MT, 09/10/2025
[5] gov.br/trabalho-e-emprego, 07/04/2025
[6] gov.br/trabalho-e-emprego, setembro/2025
[7] Índice de Disparidade Salarial 2025 — Poder360
[8] Agência Gov, 08/05/2025


